Se és influenciador, é possível que estejas preocupado com as mudanças que estão a acontecer no Instagram. A queda do alcance orgânico da plataforma, especialmente no que toca a imagens, tem sido uma dor de cabeça e exige que sejas cada vez mais certeiro com o teu conteúdo ou que tenhas uma estratégia de anúncios implementada para que consigas manter os teus resultados habituais. Mas há um problema maior: se trabalhas diretamente com marcas, é possível que estas mudanças vão afetar a tua faturação. Se não conseguires adaptar-te e conseguir manter os teus números sólidos, a longo prazo, é possível que tenhas de baixar os teus valores. Mas eu vou mais longe: e se o Instagram acabar amanhã? Como é que continuarias a trabalhar com marcas? O que aconteceria ao percurso que fizeste até aqui?
E se o Instagram acabar amanhã?
É certo que o Instagram não vai acabar amanhã, mas todas estas mudanças geram um alerta que é importante. Muitos influenciadores construíram o seu sucesso completamente apoiado na plataforma e não têm um plano de fuga. Ou seja, não estão ao mesmo tempo a investir em plataformas próprias.
O problema das redes sociais é este: não tens controlo. Se o Instagram decidir que, de repente, a tua conta não tem qualidade suficiente para estar no Instagram, vai apagá-la e não há nada que possas fazer sobre isso. Se o Instagram decidir que o alcance orgânico vai cair até aos 10%, não há nada que possas fazer sobre isso.
Isto significa que nunca deves investir o teu tempo nas redes sociais? Claro que não. Quando trabalhas bem uma rede social, estás a construir uma marca sólida. Uma marca sólida o suficiente para garantir que quem te segue, te vai continuar a acompanhar qualquer que seja o local em que queiras estar. Por exemplo, se segues de uma forma muito próxima o Wuant ou a Helena Coelho, o natural é que os procures em todas as plataformas a que acedas. Se o Instagram acabar amanhã, vais pesquisá-los no Facebook, no Tiktok, etc. Porquê? Porque a marca que eles construíram é tão forte que resiste à queda de qualquer rede.
Agora, isto não significa que não tenhas uma estratégia de salvamento.
O que é esta estratégia de salvamento? É um estratégia em que investes em plataformas próprias, enquanto continuas a alimentar as tuas redes sociais. A vantagem desta estratégia é que podes continuar a rentabilizar o teu projeto, mesmo que uma das redes sociais em que estás termine ou que estejas entre plataformas.
2 Estratégias de salvamento para influenciadores
Newsletter
Ter uma newsletter é o mínimo para que o teu projeto continue ativo e é uma estratégia inteligentíssima, porque te permite reter os contactos dos teus seguidores. Caso o Instagram acabe, sabes exatamente o que fazer para continuares a conseguir contactá-los.
Uma newsletter é também uma das opções mais fáceis de manter e, numa fase inicial, exige zero de investimento. Por exemplo, até 1000 subscritores, o Mailerlite deixa-te usufruir da plataforma de forma completamente gratuita. A partir daí o valor são $15 mensais até 2500 subscritores, e assim sucessivamente.
Ainda assim, deixa-me dizer-te: conseguires os emails dos teus seguidores pode não ser tão imediato quanto pensarias. Porquê? Porque, na internet, o email é a forma de contacto mais pessoal que temos e, infelizmente, estamos todos habituados a que as newsletters sejam tudo menos relevantes. Os teus seguidores estão “calejados” com dezenas de emails de spam – e é por isso que a tua estratégia de email marketing tem de estar apoiada em duas grandes frentes – um produto-íman e conteúdo de valor.
Lê também: Newsletter para criadores de conteúdo – vale a pena?
Se nunca ouviste falar no termo, um produto-íman é basicamente um produto que ofereces de forma completamente gratuita apenas em troca do email do teu seguidor. Este produto-íman pode ser uma checklist, um ebook, um workbook, um planner, etc e, neste caso em concreto, seria uma excelente estratégia para incentivares as pessoas a subscrever a tua newsletter.
Mas não basta criares um produto-íman: ele tem de acrescentar valor ao teu público-alvo. Isso significa que tens de criar algo que esteja alinhado com as dúvidas e problemas da tua audiência. Por exemplo: se falas sobre nutrição e um estilo de vida saudável, porque não um planner de refeições para a semana, com sugestões das tuas refeições favoritas? Se sabes que influencias pelo teu estilo, porque não alguns pequenos guias sobre como vestir determinadas peças? Ofereceres algo que a tua audiência realmente deseje e precise é o segredo para conquistares logo os primeiros subscritores para a tua newsletter.
Depois, o passo seguinte é certificares-te que estás a entregar conteúdo de valor, novamente muito alinhado com aquilo que o teu público-alvo procura, quer saber e gosta de ver. Não caias na tentação de só utilizar a tua newsletter para divulgar as tuas parcerias – utiliza-a com estratégia. Se vais apresentar produtos de afiliados, por exemplo, insere-o em conteúdo que seja útil SEMPRE. Sê também regular com a tua newsletter. Alimenta-a e não faças dela a “sobra” do teu projeto. Sê consistente com as tuas newsletters e aposta num email semanal ou quinzenal, esforçando-te sempre para entregar conteúdo que faça com que os teus subscritores fiquem automaticamente à espera do próximo.
Blog + newsletter
Eu sei, eu sei. Vais dizer que os blogs estão extintos e que já ninguém visita blogs, mas diz-me: quando pesquisas algo no Google, o que achas que são os milhares de resultados que vês? São artigos de blogs. O que é que isto significa? Que, com a estratégia certa, consegues fidelizar ainda mais os teus seguidores, ter um fluxo de visitas constante, atrair novos utilizadores e ainda ganhar dinheiro se assim o entenderes.
Basicamente, um blog é uma excelente forma de teres uma morada própria, e “habituar” e canalizar os teus seguidores para essa nova morada é simples quando trabalhas corretamente as tuas redes sociais. No entanto, o blog tem uma desvantagem face à newsletter: não te permite ficar com os contactos das pessoas que visitam o teu website. Imagina: o teu seguidor até visita frequentemente o teu blog, mas se entretanto as redes sociais terminarem, o local onde ele tem o verdadeiro vínculo contigo, ele pode acabar por “esquecer-se” do teu blog porque não tens forma de o relembrar que ele efetivamente existe.
Por isso, ainda que acredite que seja excelente teres um blog só por si, acredito que o elevas ao próximo nível quando tens formulários de subscrição para a tua newsletter ao longo do site. Porquê? Porque tens a possibilidade de realmente reter o email dessa pessoa e aí, sim, ter a verdadeira capacidade de estabelecer um contacto futuro com o teu seguidor.
“Mas oh Maria, assim sendo, basta-me ter a newsletter, certo?”
Sim, mas se quiseres ter outro veículo para rentabilizar, o blog é o local certo. Porquê?
- Porque podes criar artigos onde incluas links de afiliados e trabalhar o seu SEO da melhor forma, para que fiquem posicionados em posições altas no Google e estejam constantemente a gerar dinheiro.
- Podes vender espaço para banners de marcas com quem já trabalhas.
- Podes utilizar plataformas como o Google Adsense que te permitem colocar anúncios no teu blog e ganhares ao clique ou à visualização.
- Podes vender artigos publicitários, dependendo das tuas visualizações.
Na newsletter, por si só, podes explorar marketing de afiliados e, só se possuíres mesmo uma lista de subscritores choruda, tentares vender newsletters publicitárias às marcas com que trabalhas (o que, digo-te desde já que em Portugal não é comum).
Unires ambos garante que reténs a comunicação e que rentabilizas, e essa, sim, é a melhor estratégia de salvamento que podes utilizar.
Lembra-te: o segredo é pensares em não apoiar o teu projeto exclusivamente em plataformas que não são tuas – tem uma morada própria. Não construas o teu império num sítio que não é teu. Se o Instagram acabar, certifica-te que estás preparada.
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